O mercado de materiais de construção está sendo vítima da ação de estelionatários que afetam tanto lojistas como consumidores. Os dois golpes mais comuns relatados por empresários do setor são a ação de falsos compradores, que solicitam a entrega de materiais e não efetuam o pagamento e, de outro lado, clientes que realizam pedidos em plataformas falsas, fazem pagamentos antecipados e, por fim, não recebem os produtos, pois estavam negociando com golpistas.
A Acomac Curitiba – Associação de Comerciantes de Material de Construção de Curitiba, região e litoral –, identificou esses golpes criminosos após associados e integrantes de sua própria diretoria serem alvos dessas tentativas de golpe e por meio de mais denúncias dos associados no grupo de WhatsApp que a entidade mantém para avisos. “Estamos fazendo esse importante alerta para os lojistas e também para que eles orientem os clientes”, disse Emerson Stival, presidente da Acomac Curitiba e dono de loja.
Como os golpes estão ocorrendo
Os golpistas atraem compradores por meio de anúncios em marketplaces usando logomarcas de lojas, com valores muito aquém do mercado. De acordo com Almir Antônio Nichele, um dos proprietários da loja de Materiais de Construção Olímpico, em outubro, duas pessoas entraram em contato com a loja informando que haviam sofrido esse golpe. “Elas relataram que na plataforma do Facebook Marketplace viram o anúncio de telhas e cimentos com preços atrativos e entraram em contato com o anunciante pelo WhatsApp que possuía na foto do perfil a logomarca da nossa empresa”, disse.
Após o contato inicial, os golpistas combinam a entrega e a forma de pagamento pelo Pix, usando um email falso como o nome da empresa, porém com um CPF – o que deveria ser um alerta para os consumidores, pois as lojas vendem apenas por CNPJ. As vítimas afirmaram que tentaram realizar o pagamento primeiro pelo e-mail, que acabou não dando certo, então, foram induzidas a realizar o Pix para o CPF do golpista.
Almir Nichele também adverte para outra tática em que o golpista entra antes em contato com uma loja próxima da vítima, fazendo um falso pedido, combinando com a loja que vai pagar na hora da entrega. Nesse caso, ele também pede para avisar a hora que estiver saindo o material. Assim, quando a pessoa vê que o material está na frente da sua casa para descarregar, acaba realizando o Pix para o golpista - e não para a loja que está perto para efetuar a entrega.
Com o alerta feito pela Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção, alguns casos foram identificados antes do prejuízo financeiro ocorrer. “Nosso motorista chegou para entregar para a cliente, os valores não batiam, era muito mais barato. Além disso, o Pix era de um CPF e não o CNPJ da nossa empresa. Como nós não tínhamos avisado que o material estava indo, a cliente não tinha feito antecipadamente o Pix e acabou não caindo no golpe”, explica.
Mas nem todos os casos são evitados. “Com uma outra senhora aconteceu a mesma coisa, só que a gente avisou que não iria entregar, pois não tinha horário disponível, mas a pessoa acabou fazendo o PIX antecipadamente”, informa.
Marcelle Gabriela Magalhães, gerente-proprietária da Construkaza, conta que a loja não sofreu o golpe por conta de algumas medidas prévias de precauções que sempre adotaram. Recentemente a empresa recebeu um pedido grande de ferragens para entregar em Pinhais, com valor aproximado de dez mil reais. “Quando pedimos para efetuar o pagamento antes, a pessoa não quis e demos a conversa por encerrada”, conta.
Medidas de proteção para os clientes
Para se proteger de golpes, são recomendadas algumas medidas de segurança, tais como verificar a autenticidade dos anúncios e vendedores e, estar atento a preços muito abaixo do mercado. Desconfie de solicitações de Pix para emails e/ou CPF, empresas utilizam o CNPJ para receber pagamentos em Pix e, se possível, prefira outra forma de negociação mais segura para a compra do produto.
Medidas de proteção para os lojistas
Lojistas de materiais de construção, para sua segurança exijam pagamento antecipado e confirmação antes da entrega. Incentivem e orientem os clientes sobre outras formas de pagamentos mais seguras.
A Acomac Grande Curitiba está atenta a essas ameaças e comprometida a orientar os lojistas. Todos os casos estão sendo registrados na Polícia que investiga os golpes.
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